A produção animal depende diretamente da qualidade e disponibilidade das pastagens. No entanto, condições climáticas adversas, como o excesso de chuvas, podem comprometer a saúde do solo e das plantas forrageiras, reduzindo a oferta de alimento para os animais.
O acúmulo excessivo de água no solo provoca um desequilíbrio na disponibilidade de oxigênio para as plantas. Esse problema pode resultar em dois cenários principais: hipoxia ou anoxia. Sendo a primeira a redução parcial do oxigênio no solo, prejudicando o metabolismo das raízes. Já a segunda é a ausência total de oxigênio, levando à morte celular e danos irreversíveis à planta.
Diante desse estresse, as plantas podem apresentar sintomas como clorose e murchamento precoce, devido à dificuldade na absorção de nutrientes e translocação de água; redução da capacidade fotossintética, afetando o crescimento e desenvolvimento; diminuição da absorção de nutrientes, comprometendo a nutrição das forrageiras e formação de aerênquima e raízes adventícias, como resposta adaptativa para melhorar a absorção de oxigênio.
A resposta das plantas ao alagamento depende da intensidade e duração do evento chuvoso, além da fase de desenvolvimento da forrageira. Para minimizar os efeitos negativos, algumas medidas podem ser adotadas:
- Escolha de espécies mais tolerantes: Algumas forrageiras possuem maior capacidade de adaptação a solos encharcados, como o capim-tangola e a braquiária humidícola.
- Drenagem adequada do solo: Sistemas de drenagem artificial, como valas e camalhões, ajudam a escoar o excesso de água.
- Rotação de pastagens: Alternar as áreas de pastejo pode reduzir o pisoteio excessivo e a compactação do solo, facilitando a infiltração da água.
- Correção e adubação do solo: O uso de fertilizantes e corretivos pode melhorar a estrutura do solo e minimizar os impactos da hipoxia.
- Monitoramento climático: O acompanhamento das previsões meteorológicas permite planejamento adequado para evitar sobrecarga em áreas vulneráveis.
A capacidade técnica no manejo das pastagens é essencial para garantir a produtividade e a sustentabilidade da pecuária. Com a adoção de práticas adequadas, é possível mitigar os impactos do excesso de chuvas e assegurar a alimentação dos rebanhos ao longo do ano.
Manter-se atualizado sobre novas técnicas e pesquisas na área é um diferencial para produtores e profissionais que atuam na produção animal.
Fonte:
– TOLEDO, J.A.C. Relações entre manejo do solo e erosão hídrica: uma revisão bibliográfica. Revista Craibeiras de Agroecologia, v.8, n.1, e13255, 2023.
– HOFFMANN, G.P.; NANNI, A.S. A modificação dos usos da terra e seus efeitos no escoamento das águas: uma revisão. In: XVI Simpósio de Geografia da UDESC, 1, 2016, Florianópolis. Anais […]. Florianópolis: UDESC, 2016. p. 84-96.