Atualmente, para atender à crescente demanda da população por produtos de origem animal de qualidade, a produção de animais vem crescendo cada vez mais. O Brasil exerce papel fundamental dentro deste contexto pelo fato de apresentar o segundo maior rebanho bovino comercial do mundo, com base em dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Com o crescimento inevitável dos rebanhos bovinos, é importante o desenvolvimento e aplicação de tecnologias que contribuam para o aumento da produtividade nas propriedades, aprimorando os sistemas de criação. A primeira biotecnologia aplicada ao manejo reprodutivo das fazendas e a mais empregada em todo o mundo é a inseminação artificial (IA), trazendo diversas vantagens para o rebanho como por exemplo, a melhoria reprodutiva e o melhoramento genético.
Nos últimos anos, o grande desenvolvimento da indústria da IA vem revelando a ampliação da consciência de produtores rurais em relação a importância das estratégias genéticas para a intensificação da produtividade e sustentabilidade dos rebanhos, contribuindo com ganhos importantes para toda a cadeia produtiva de carne e leite. Esse fato se concretiza com os dados publicados pela Associação Brasileira da Inseminação Artificial (ASBIA), que revelou o aumento expressivo de coleta e comercialização de doses de sêmen no ano de 2022, indicando o crescimento do setor da genética bovina nacional.
Segundo a ASBIA (2022), a importação de doses de sêmen diminui, demonstrando o aumento da utilização do serviço de forma nacional. Já a exportação de doses de sêmen brasileiros para o exterior apresentou crescimento nos últimos dois anos. Em 2020, foram vendidas 508.096 doses, enquanto em 2022 esse número aumentou para 882.085 doses. Demonstrando a importância do nosso país dentro do setor de inseminação artificial, onde cada vez mais empresas internacionais investem na genética brasileira. Além disso, no Brasil houve um aumento nas vendas para o cliente final em 2022 (23.141.134 doses) em comparação com 2020 (21.575.551 doses).
Apesar dos avanços científicos e tecnológicos substanciais durante os últimos anos, ainda existem produtores que não utilizam nenhuma tecnologia ou avaliação genética para aumento da produtividade. Possuímos um grande caminho a percorrer e é nossa responsabilidade disseminar a importância do melhoramento genético e produtivo do rebanho, mostrando ao criador os benefícios da utilização da inseminação artificial nas fazendas, gerando valor para o produtor e para a cadeia de produção de carne e de leite.
Fonte:
- Associação Brasileira de Inseminação Artificial; Cepea – Esalq/USP. Elaboração: Cepea –Esalq/USP
- United States Department of Agriculture – National Agricultural Statistics Service
- Thibier, M.; Wagner, H. G. World statistics for artificial insemination in cattle. Livestock Production Science, v. 74, p. 203-212, 2002.