Por Natalya Gardezani Abduch – Médica Veterinária, Mestre em Produção Animal Sustentável.
Quando falamos sobre a produção leiteira, a nutrição das vacas é um dos fatores mais determinantes para a qualidade e a quantidade de leite produzido. Nesse contexto, o nitrogênio ureico no leite (NUL) surge como uma ferramenta essencial para avaliar a eficiência nutricional do rebanho e otimizar o manejo alimentar. Mas o que é o NUL e por que ele é tão relevante?
O NUL é a quantidade de ureia presente no leite, derivada do metabolismo das proteínas consumidas pelas vacas. Ele é diretamente influenciado pelo equilíbrio entre a quantidade de proteína e energia na dieta, sendo um indicador confiável do aproveitamento nutricional dos animais.
O monitoramento do NUL é importante por diversas razões. Ele atua como um diagnóstico nutricional, pois valores altos de NUL (maiores que 18 mg/dL) indicam excesso de proteína bruta (PB) na dieta, desequilíbrio na proporção de energia e proteína ou baixa taxa de fermentação de carboidratos no rúmen. Por outro lado, valores baixos de NUL (menores que 11 mg/dL) podem apontar deficiência de PB, limitação na quantidade de proteína degradável no rúmen (PDR) ou alta fermentação de carboidratos. Além disso, o NUL permite ajustes na dieta, garantindo que a suplementação proteica e energética seja eficiente e que os nutrientes sejam utilizados de forma adequada. Dietas equilibradas também evitam o desperdício de alimentos caros, como fontes de proteína, contribuindo para a redução de custos de produção. Outro benefício está na sustentabilidade ambiental, uma vez que o excesso de nitrogênio na dieta pode resultar em maiores emissões de ureia na urina e fezes, agravando a poluição ambiental. Assim, dietas equilibradas ajudam a minimizar esses impactos.
O NUL é medido por análises laboratoriais simples e acessíveis, sendo um método não invasivo que oferece resultados rápidos. Ele é particularmente útil em sistemas de produção a pasto, onde há maior variabilidade na qualidade nutricional das forragens.
Ao monitorar o NUL, o produtor pode garantir uma alimentação mais precisa para o rebanho, maximizando a produção de leite com melhor custo-benefício e aumentando a qualidade do leite produzido. Além decontribuir para um sistema de produção mais sustentável, ao evitar desperdícios de nutrientes e minimizar os impactos ambientais associados ao excesso de nitrogênio na dieta.
O nitrogênio ureico no leite é uma ferramenta poderosa para melhorar a gestão nutricional de vacas leiteiras. Seu monitoramento não apenas beneficia o desempenho do rebanho, mas também auxilia na redução de custos e na sustentabilidade ambiental. Produtores que utilizam essa abordagem tendem a obter melhores resultados e a contribuir para uma pecuária mais eficiente e consciente. Fique atento ao NUL e potencialize a eficiência do seu rebanho!
Fonte:
– SILVA, T.I.S.; MACÊDO, A.J.S.; NETTO, A.J.; ALENCAR, E.J.S.; ALVES, W.S.; CAVALCANTE, I.T.R.; GONZAGA NETO, S. Nitrogênio ureico no leite e nitrogênio ureico no plasma de vacas leiteiras em pastejo: Revisão. Pubvet, v. 13, n. 4, p. 1-10, 2019.
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– DOSKA, M.C.; SILVA, D.F.F.; HORST, J.A.; VALLOTO, A.A.; ROSSI JUNIOR, P.; ALMEIDA, R. Sources of variation in milk urea nitrogen in Paraná dairy cows. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 41, n. 3, p. 692-697, 2012.