Por Natalya Gardezani Abduch – Médica Veterinária, Mestre em Produção Animal Sustentável
As moscas, como a mosca do berne (Dermatobia hominis), a mosca do chifre (Haematobia irritans) e a mosca dos estábulos (Stomoxys calcitrans), causam grandes impactos na produção animal. Em instalações pecuárias, elas proliferam principalmente devido à grande quantidade de matéria orgânica disponível, como esterco e restos de alimento, que oferecem condições ideais para seu desenvolvimento. Além disso, o clima tropical do nosso país pode favorecer o desenvolvimento desses ectoparasitas, principalmente na primavera e verão onde as infestações aumentam devido ao clima quente e úmido. Esse problema é agravado em sistemas intensivos de produção, onde a alta densidade de animais facilita a proliferação de moscas e a disseminação de doenças, resultando em perdas econômicas significativas.
Os impactos econômicos das infestações de moscas nas criações incluem a diminuição na produção de leite e diminuição do ganho de peso devido ao estresse causado nos animais, além da necessidade de tratamentos médicos e controle de doenças. As moscas também são vetores de diversos patógenos que podem causar doenças graves nos animais, prejudicando a saúde do rebanho.
O manejo eficaz dessas pragas envolve o controle integrado, que inclui boas práticas de manejo de dejetos, o uso de armadilhas e controle biológico com predadores naturais. O controle químico, através do uso de inseticidas, também é uma estratégia, mas deve ser utilizado de forma criteriosa para evitar o desenvolvimento de resistência nas populações de moscas. Além disso, medidas preventivas como a remoção frequente de resíduos e a manutenção de ambientes secos podem reduzir a proliferação. Nas estações do ano onde as moscas aparecem com maior frequência, os cuidados devem ser redobrados para diminuir os picos de infestação e proteger os animais.
As moscas geram um impacto significativo na produção animal, causando prejuízos econômicos e riscos à saúde, tornando-se um desafio contínuo ao produtor. A adoção de um manejo integrado e sustentável é fundamental para minimizar esses impactos, garantindo a saúde dos animais e a qualidade dos produtos derivados deles.
Fonte:
– ACOSTA, J.A.H.; ZAMBRANO, O.A.A.; CEDEÑO, M.S.M.; MACIAS, J.E.B. Infecciones tropicales parasitarias. Una revisión sistemática. Mediciencias UTA, v. 8, n. 2, p. 21-35, 2024.
– CASTRO, K.N.C.; COSTA-JÚNIOR, L.M.; CANUTO, K.M.; ANDRADE, I.M.; MINHO, A.P.; SOUZA, F.A.L. In vitro efficacy of essential oils against Haematobia irritans. Medicina Veterinária (UFRPE), v.16, n.4, p.257-263, 2022.
– GEDEN, C.J.; NAYDUCH, D.; SCOTT, J.G.; BURGESS, E.R.; GERRY, A.C.; KAUFMAN, P.E.; THOMSON, J.; PICKENS, V.; MACHTINGER, E.T. House Fly (Diptera: Muscidae): Biology, Pest Status, Current Management Prospects, and Research Needs. Journal of Integrated Pest Management, v. 12, n. 39, p.1-38, 2021.